Câmara técnica vai elaborar diagnóstico sobre logística
A Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento tem como objetivo apresentar alternativas que eliminem os gargalos estruturais e logísticos, para melhorar o escoamento de produtos e garantir o crescimento sustentável da região. Seus primeiros passos foram definidos logo após sua criação durante o 3º Congresso da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar).
Promovido em Santa Helena, no fim de setembro, o evento contou com a participação de 300 pessoas, entre elas o presidente da Caciopar, Sérgio Marcucci; o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro; o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek; e representantes das 48 associações comerciais que integram a Coordenadoria das Associações Comerciais.
O coordenador da câmara técnica, Danilo Vendruscolo, revela que as etapas seguintes foram definidas em conjunto com a Secretaria Executiva do Programa Oeste em Desenvolvimento. O trabalho inicial prevê ações já para o fim de 2015 e início de 2016. O ponto de partida é consultar os trabalhos existentes e especialistas externos, aproveitando assim o conhecimento já acumulado sobre o assunto. “Será feito um trabalho intenso de visitas in loco para reunir os estudos”, afirma.
Segundo ele, entre as instituições a ser visitadas estão a Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), cooperativas, Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Confederação Nacional do Transporte (CNT), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Essa ação inicial dará base para a etapa seguinte, quando serão identificadas e convidadas instituições e organizações para integrar a Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística. Um dos nomes com know-how sobre o setor que devem fazer parte do grupo é o de Edson José de Vasconcelos, diretor da FIEP.
O terceiro passo será a realização do primeiro encontro da câmara, com painéis de especialistas sobre propostas para a infraestrutura e logística do Oeste e apresentação dos membros do grupo técnico. “Vamos conversar com todos os atores envolvidos, principalmente as cooperativas, num evento internacional para saber as necessidades de cada município, porque hoje não temos um diagnóstico preciso de como está a situação”, completa Vendruscolo.
Desafios – O objetivo é, lá na frente, diminuir o chamado “Custo Brasil”. Segundo o coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento, um motorista de caminhão poderia rodar 12 mil quilômetros, mas percorre “apenas” sete mil quilômetros por mês devido aos gargalos do país. O pão na mesa do brasileiro seria mais barato se o custo de transporte fosse menor, exemplifica o empresário.
É preciso olhar a realidade e as oportunidades de uma forma diferente, reunindo todas as forças (das 12 maiores cooperativas brasileiras 5 estão localizadas na região) e levando as reivindicações coletivas para as três esferas de governo. “O objetivo é ousado. É preciso pensar grande, começar pequeno e agir rápido. Chegou a hora dos novos desafios rumo ao desenvolvimento”, pondera Vendruscolo.
O sonho maior passa pelos esforços conjuntos de nove países para a viabilização do Corredor Bioceânico de Integração Sul-Americano. Caso supere os gargalos e faça as interligações necessárias de modais, Foz do Iguaçu faria parte de uma rota viável ao Porto de Iquique (Chile) e dele para os mercados asiáticos. “A nossa vocação logística é extraordinária. A distância, via Foz, do Atlântico para o Pacífico é algo excepcional no mapa mundial”, conclui.
REPORTAGEM COMPLETA
O desenvolvimento e a logística
Câmara técnica vai elaborar diagnóstico sobre logística
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