Fortalecer a parceria com a universidade é uma das saídas
Frente à inexistência de investimentos significativos na duplicação de rodovias por parte do Governo do Estado, o professor da Unioeste e economista Jandir Ferrera de Lima afirma que cabe ampliar a mobilização das lideranças empresariais, políticas e sociais. “Há um movimento na região, mas ele precisa ser ampliado e ter mais adesões”, reforça. Ele lembra que o governo estadual anunciou sobra de recursos de mais de R$ 2 bilhões para investimentos em infraestrutura, ou seja, “faltou mais mobilização política”.
Ao fazer um comparativo com outras regiões, o professor percebe que Londrina, Maringá e Apucarana estão consolidando sua infraestrutura com duplicações significativas nas suas estradas estaduais. Ele faz o alerta de que não há nenhuma política estadual para parcerias público-privadas em infraestrutura rodoviária ou aeroviária para o Oeste do Paraná. “Então, se isso não for revertido, corremos o risco de 2016 ser um ano perdido para grandes obras logísticas na Região Oeste”, lamenta.
Jandir é coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) do campus da universidade em Toledo e afirma que o Oeste paranaense passa por uma transição em decorrência da crise nacional. Segundo ele, isso vai reposicionar sua economia, tanto entre as regiões paranaenses quanto ao seu perfil produtivo.
Lima defende a revisão de um estudo feito há quase uma década pela Unioeste sobre o aeroporto regional, a pedido das associações comerciais de Cascavel e Toledo e demais lideranças regionais. Na época, a pesquisa apontou a possibilidade de uma parceria público-privada em prol de um aeroporto regional de cargas, desde que o Governo do Estado assumisse a concessão da área e um investimento inicial de R$ 60 milhões. “Ele poderia ser retomado e usado para o fortalecimento do modal aeroviário regional, seja por meio do aeroporto regional seja por meio dos aeroportos municipais”, justifica.
Outro estudo importante feito na Região Oeste foi o uso do modal hidroviário a partir de Guaíra. A professora Sandra Pinela Dalmas, da UTFPR-Toledo, fez uma pesquisa sobre a relação custo-benefício desse trecho, e as vantagens apontadas são significativas. Porém, com a crise hídrica que diminuiu a navegabilidade da Hidrovia Tietê-Paraná e a necessidade de investimentos no Porto de Guaíra e na navegabilidade ao longo do Rio Paraná em território paranaense, também seria necessária a atualização dos números.
Outros estudos da Unioeste já lembravam que pouco adiantaria investir na capacidade de carga da Ferroeste se o trecho Guarapuava-Paranaguá não recebesse investimentos para ampliar sua capacidade de escoamento. A capacidade de tráfego e carga desse trecho compromete a utilização de vagões maiores e de mais vagões numa composição. Ou seja, certos gargalos que atingem a capacidade de ampliação logística no Oeste estão em outras regiões. Por isso o diálogo com outras lideranças só fortalece a solução de problemas que atingem o Oeste paranaense.
“Além do Núcleo de Desenvolvimento Regional, a Unioeste em Toledo possui o Grupo de Pesquisa em Transporte e Logística, ou seja, há a expertise para esse tipo de estudo em Toledo, basta acionar esse grupo e fortalecer a parceria universidade, empresas, organizações, como foi feito no passado”, acrescenta Sandra.
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