Ineficiência da infraestrutura e logística são gargalos para agronegócio paranaense
As agroindústrias e as cooperativas do Oeste do Paraná têm excelentes condições de produção, graças às facilidades de uso de tecnologias para aumentar a produtividade, mas estão perdendo competitividade por falta de uma melhor logística de transporte. Assim a expansão do agronegócio do Oeste paranaense está na berlinda. A opinião é do presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Segundo ele, 90% do escoamento da produção regional é feito pelas rodovias e, quando isso ocorre, os custos são de 30% a 40% maiores. “O transporte é o maior entrave para o crescimento do Oeste do Paraná”, declara.
Sem uma infraestrutura adequada de portos, estradas, ferrovias e hidrovias, o custo de exportação tem aumentado e tira competitividade da região. Diante desse cenário, de acordo com dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), o custo lavoura-porto é quatro vezes maior em relação ao praticado nos Estados Unidos. Enquanto aqui são gastos US$ 92 por tonelada para exportar, no principal player agrícola do mundo o valor é de US$ 23 por tonelada. O custo do transporte rodoviário no Oeste do Paraná é maior 200% que em outras regiões brasileiras, e a malha ferroviária não tem condições de atender às necessidades de transporte da região.
Na avaliação de Grolli, o Oeste paranaense poderia economizar R$ 150 milhões ao ano se tivesse uma ferrovia em condições de atender à demanda do agronegócio. “A falta de infraestrutura está comprometendo o futuro da região, pois outros estados estão melhorando suas condições e, com isso, estamos perdendo competitividade.”
Questionado sobre o que seria necessário para acelerar a parceria público-privada na logística e infraestrutura no Oeste paranaense, ele diz que a iniciativa privada precisa de garantias e oportunidades, pois “ninguém vai investir se o governo federal não for claro e preciso”. Ele aponta que a primeira garantia que o investidor precisa é a estabilidade do regime político.
Para o presidente da Coopavel, a parceria público-privada depende de mais dois fatores: o respeito por parte do governo ao direito da propriedade e o retorno do capital investido. “Nesse caminho da parceria público-privada, as garantias precisam de transparências e estar atreladas ao direito das pessoas em um estado democrático e que os governos sejam legítimos e tenham autoridade”, pondera.
Ainda segundo Grolli, uma medida efetiva para reduzir custos com logística está na melhoria da gestão de ferrovias, como integração multimodal. Desde que ocorra ampliação da malha e modernização das frotas, com novos equipamentos, ele aposta na viabilidade competitiva das estradas de ferro para integração de novas fronteiras agrícolas a importantes pontos de escoamento. “O melhor caminho para a logística do Oeste está nas ferrovias. As hidrovias têm complicações com as hidrelétricas instaladas e necessitam de acordo com outros países, portanto este é o melhor momento de investir no sistema ferroviário”, completa.
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