Edição #11

ACIFI para todos

joão-batista-de-oliveira-para-todos-okO empresário João Batista de Oliveira completou mais um ciclo na história de 65 anos da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu. Vigésimo segundo presidente da ACIFI, ele priorizou o diálogo, o alinhamento da prestação de serviços e o planejamento estratégico para fortalecer a entidade – uma das mais representativas da cidade.

Em entrevista à Revista ACIFI, o empresário destaca a formatação de serviços ao pequeno e microempresário como outro diferencial do seu mandato. João Batista atribui o fortalecimento da entidade à mudança de mentalidade a partir do Programa Capacitar e da ISO 9001, que resultaram na implantação de um sistema de gestão que requer melhoria contínua para sua continuidade.


O lema da sua gestão foi: “Fortalecendo o associativismo de resultados”. O objetivo foi alcançado?
Sem dúvida alguma. Quando nós falamos em associativismo de resultados é uma coisa, de certo modo, nova para a ACIFI. Essa linha de atuação foi implantada na gestão do Rodiney José Alamini (2008 e 2009). Naquele momento, a associação iniciou um novo ciclo: trabalhar pelo desenvolvimento local através da prestação de serviços e com isso produzir resultados também para a entidade. Nós buscamos trabalhar nessa linha, trazendo novos serviços sob medida para os associados.

Como foi esse trabalho?
A modernização da ACIFI nunca para. Evidentemente que no início foi preciso um melhor entendimento sobre a estrutura do associativismo, uma estrutura já montada e em funcionamento, para nós seguirmos esta linha. Nas últimas gestões temos uma curva ascendente tanto na quantidade como na qualidade e forma da prestação de serviços, possibilitando gerar mais resultados positivos para a entidade.

Qual o perfil do associado da ACIFI?
A maioria é micro e pequeno empresário, profissional liberal, microempreendedor individual e autônomo. Somando, correspondem a 80% do quadro associativo, que precisa da nossa atenção diferenciada. Às vezes algo útil para o grande empresário não é necessariamente interessante para os demais até mesmo pelo custo. Diante disso, pensamos em serviços focados no pequeno e micro ou transversais, atingindo tanto o pequeno quanto o grande.

Quais foram as ações de destaque dentro dessa linha de atuação?
A Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica é um exemplo de serviço direcionado ao pequeno e micro e que também é útil ao grande empresário. O Nutricard é um serviço pulverizado que atende a todos. O Itamed tem desconto exclusivo para funcionários de associados. Talvez sem desconto, o colaborador do micro e pequeno empresário não tivesse acesso ao plano de saúde.

Existem outros serviços assim?
O COB Online é um serviço de cobrança a um custo baixíssimo, útil ao pequeno empresário que às vezes não tem condições de contratar um escritório ou advogado para cobrar valores pequenos na Justiça. Ações assim fortalecem o associativismo, porque traz para a entidade as pessoas que mais precisam estar associadas para crescer. Isso é fortalecimento do associativismo.

Qual é a importância da ACIFI para o desenvolvimento de Foz do Iguaçu?
Precisamos pensar bem qual é o papel da entidade para com a cidade justamente para andar dentro do trilho, evitando desvios de identidade e de função. Cada entidade defende e promove o seu setor. No nosso caso, além da prestação de serviços ao associado, trabalhamos forte o institucional. A ACIFI teve papel fundamental em apoiar a criação e o fortalecimento do Codefoz. Idem para o Sicoob, uma cooperativa de crédito que faz o dinheiro circular dentro do próprio município. O apoio ao Observatório Social está na mesma linha.

A ACIFI está presente no dia a dia do associado buscando mediar impasses e entraves entre o setor privado e o poder público. Na prática, como isso funciona?
Nós percebemos que o sistema que funciona hoje é um sistema falido. Nós ficamos batendo muito nas causas, sem obter muitos resultados. O nosso papel é muito maior que isso, temos que nos preocupar um pouco mais com o sistema, tentar ir além e propor a mudança de leis e controles do sistema. Mudar o sistema, por exemplo, da emissão de alvarás da prefeitura e o atendimento do Corpo de Bombeiros. Promover o diálogo entre as partes com articulação política.  O tempo de emissão do alvará, por exemplo, é muito grande. O empresário não aguenta mais.

Existem limites para essa atuação?
Estatuariamente, nas questões político-partidárias, a entidade não pode se envolver. O nosso limite é definir o que é questão política e questão de desenvolvimento socioeconômico. Existe uma linha tênue. Quando o fim for o associado e o empresariado, aí nós devemos nos envolver. Para manter a união da entidade é preciso respeitar as várias linhas de pensamento existentes dentro do associativismo.

A Revista ACIFI trouxe, ao longo dos dois últimos anos, grandes reportagens de capa sobre temas macros, como pedágio, fronteira, logística, curso de Medicina, mercado imobiliário, empreendedorismo/inovação e grandes investimentos. Por quê?
Todos os temas estão ligados ao desenvolvimento social e econômico. A ACIFI não pode ficar calada diante das grandes questões de Foz do Iguaçu, do Oeste, do Paraná e da região trinacional [Brasil, Paraguai e Argentina].  A revista fomenta o debate na sociedade, principalmente entre nossos associados. São temas que interferem no dia a dia dos negócios. A revista também divulga, a cada edição, o que é a ACIFI, sempre de uma forma diferente, informando quais são nossos serviços e benefícios aos associados. Ela busca esse equilíbrio entre o longo prazo e o imediato.

A revista valoriza o associado?
A ACIFI mostrou em sua revista o desenvolvimento e as oportunidades existentes em Foz do Iguaçu, retratando o trabalho dos associados de todas as regiões de nossa cidade. Dezenas de associados, pequenos e grandes empresários, mostraram a cara, deram a sua opinião e promoveram as suas empresas. Unimos ainda mais empresários, profissionais liberais, autônomos e microempreendedores em torno de serviços e benefícios que ajudam a melhorar o resultado e gerar emprego e renda. A ACIFI precisa ser essencial na vida do empresariado. Para isso, além de oferecer bons serviços, nós precisamos comunicar sempre.

Como exercer a presidência e tocar as responsabilidades do dia a dia?
Os membros da diretoria sempre foram muito presentes e participativos. O Conselho Superior Deliberativo apoiou de forma incondicional, sempre orientando a postura, a conduta e direção a serem tomadas principalmente nas demandas macros, como gastos do Legislativo e do viaduto. Estabelecido o consenso, as ações eram sempre aprovadas. Por outro lado, é muito importante ter uma boa diretoria executiva. O Dimas [Bragagnolo] é um gestor muito eficiente e articulador, representa muito bem a ACIFI e é considerado pela Faciap um dos melhores executivos de ACEs do Paraná. A Natalia [Fuentes], na coordenação operacional, também é muito eficiente. São dois profissionais que colocam as soluções, muitas vezes prontas, em nossas mãos.  A diretoria e o conselho definem o planejamento estratégico, e a diretoria executiva e coordenação operacional encontram as soluções. Eles e toda a equipe da associação estão de parabéns.

 Qual foi a marca da sua gestão?
O diálogo. A presidência não tomou atitude bilateral ou só de uma cabeça. Todas as decisões foram colegiadas com diretoria e conselho, sempre buscando atender às demandas vindas diretamente dos associados. A ACIFI também abriu suas portas para outras entidades da sociedade civil organizada, recebendo várias instituições em sua sede. A ACIFI cresceu em articulação com os órgãos públicos, como prefeitura e suas secretarias, Câmara Municipal, Receita Federal, Polícia Federal, etc.

Para fechar, o senhor continua na ACIFI, agora como membro do Conselho Superior Deliberativo. Continuará firme? O que deseja para a nova diretoria encabeçada pelo Leandro Costa?
Saio da presidência, mas não saio do associativismo. Quando convidei o Leandro Costa e o Faisal Ismail para compor a diretoria em minha gestão foi com o intuito de formar novas lideranças em nossa entidade. Acho que o objetivo foi atingido: o Leandro é o novo presidente e o Faisal é o presidente do Conselho Superior Deliberativo. A ACIFI tem um capital humano muito grande acumulado ao longo dos anos. Vamos continuar firmes acompanhando a nova diretoria. A história da ACIFI é uma só. Ela precisa inovar mantendo aquilo que é a sua essência, o capital humano, e por isso vamos iniciar um profundo debate para ampliarmos ainda mais a participação das lideranças da cidade na entidade. Desejo ao Leandro e à nova diretoria, jovem e arrojada, muito sucesso e conquistas, ajudando a construir a nossa caminhada que começou lá com o Pedro Basso, o nosso primeiro presidente. Precisamos olhar os 65 anos de história para projetar os próximos 65 anos.



REPORTAGEM DE CAPA: União, força e crescimento

João Batista de Oliveira avalia gestão frente à ACIFI, e Leandro Costa assume a presidência com o compromisso de ampliar ações e projeto.

Entrevista João Batista de Oliveira: “ACIFI para todos”

Prestação de contas: As melhores ferramentas ajudando você a crescer

Entrevista Leandro Teixeira Costa: “Juntos, mudamos a realidade!”

Conselho Superior Deliberativo destaca avanços da ACIFI

COMPARTILHAR: