Edição #10

Anel de Integração: uma análise essencial

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Guido Bresolin Jr.

Em recente pesquisa realizada pela FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) a respeito dos impactos do pedágio no Paraná, constatou-se que os valores cobrados no Paraná são, em média, o dobro dos arrecadados por pedágios do governo federal e o volume de obras é a metade do que é exigido das novas concessões, resultando na perda de competitividade.

O modelo de rodovias do Paraná, na forma como se apresenta, é um atraso visto que é necessária maior eficiência no transporte. Enquanto o campo e a indústria contam com tecnologia de ponta em suas produções, as estradas pedagiadas seguem estagnadas em termos de melhorias. Diversos trechos do Anel de Integração que possuem grande fluxo de veículos em circulação, como a Região Oeste, por exemplo, ainda sofrem com grandes problemas.

A BR-277, um dos principais trechos pedagiados, está com o traçado antigo, sem duplicações em grande parte do seu percurso. Quando surge a notícia de uma nova duplicação, mesmo em trechos de menos de dez quilômetros, são anunciados novos aumentos nos preços cobrados para suprir a obra, ou seja, o usuário da rodovia é quem paga.

Pelo Oeste, é necessário transportar três milhões de toneladas de commodities e outros produtos para exportação. Como a ferrovia que corta a região suporta apenas 600 mil toneladas, as demais 2,4 milhões de toneladas são transportadas por rodovias. Em uma viagem de Foz do Iguaçu até o Porto de Paranaguá, por exemplo, o pedágio representa 22% do custo do frete por tonelada, o que prejudica o empresariado e também a sociedade em geral, visto que o valor é repassado ao consumidor final de produtos transportados pelas rodovias.

A FIEP está realizando, em todo o estado, diversos encontros para debater o pedágio. Na reunião realizada em Foz do Iguaçu, por exemplo, foi assinada a Carta de Foz do Iguaçu, que se trata de um marco inicial para um diálogo maior, de forma que sejam buscados novos modelos mais competitivos de rodovias.

A análise do estudo é essencial para que a sociedade desenvolva um entendimento profundo sobre o tema. A união deve abrir o debate de forma transparente. A prioridade deve ser o entendimento das regras, quais são os compromissos assumidos, as obras a serem realizadas e os valores dos pedágios a serem praticados, de forma clara, para toda a população que utiliza o Anel de Integração, com a finalidade de o cidadão paranaense ter à sua disposição rodovias de qualidade e tarifas aplicadas de forma justa.

*  Guido Bresolin Jr. é presidente da FACIAP (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná).

 

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