Edição #15

“A união é o caminho para o desenvolvimento do Oeste”, afirma Danilo Vendruscolo

Empresário iguaçuense assume a presidência do Programa Oeste em Desenvolvimento


O empresário iguaçuense Danilo Vendruscolo assumiu em fevereiro a presidência do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), tendo como uma das suas principais missões melhorar a infraestrutura e a logística da região, um dos principais entraves para a expansão da economia regional. Ele também se comprometeu a focar em áreas mais específicas como sanidade animal, distribuição da energia elétrica e reformas trabalhistas. Para fazer a gestão do POD, tem ao seu lado, na vice-presidência, o diretor-executivo da Cooperativa Frimesa, Elias Zydek.

“Não podemos depender apenas das rodovias; precisamos de investimentos em outros modais, como o ferroviário e o hidroviário. Só assim conseguiremos baixar os custos da produção e ser competitivos mundialmente”, afirmou.

Segundo Vendruscolo, a região precisa lutar para se tornar uma área “Livre de Aftosa sem Vacinação”. Com esse status, os produtores de leite terão valor agregado ao produto em pelo menos 10% e abrirão novos mercados para exportação da carne bovina.

Em entrevista, o presidente do POD fala sobre os desafios e as oportunidades para o crescimento econômico e social do Oeste e revela as principais metas de sua gestão. O empresário, que integra o Conselho Consultivo do Codefoz, afirma que o Oeste em Desenvolvimento atuará em estreita parceria com a Itaipu Binacional, Sebrae, AMOP, PTI, Caciopar, Sindicato Rural, Emater e cooperativas.

Como é a atuação do Programa Oeste em Desenvolvimento?

O POD integra todos os atores das forças vivas que compõem a Região Oeste, busca a efetiva participação da sociedade civil organizada na construção de propostas e projetos que visam ao bem comum. Sua função principal foca as políticas de Estado, com alcance no médio e longo prazos, sem deixar de apoiar a construção de boas políticas de governo, que se renovam a cada quatro anos.

Como será a relação com as demais instituições?

Sugerimos a construção de uma representatividade política mais específica do Oeste, com representantes em cargos expressivos nas esferas estadual e federal, além dos nossos deputados em Curitiba e Brasília. Para que isso seja alcançado, faz-se necessário que nos unamos sem vaidades, com espírito de construção conjunta, visando, acima de tudo, a benefícios para os municípios.

Quais serão os benefícios?

Essa união nos dará melhores condições para enfrentarmos vários obstáculos, como construir uma região livre de aftosa, com o comprometimento dos 54 municípios. Esse envolvimento poderá servir de exemplo para outras regiões do Paraná, do Mato Grosso do Sul e também de parte do estado de São Paulo.

Essa iniciativa trará como resultado principal o aumento de 10% da remuneração para o produtor de leite. Será mais renda para nossos produtores, que certamente farão novos investimentos em tecnologias. O melhor retorno financeiro irá motivá-los a permanecer no campo com suas famílias.

Quais são os segmentos produtivos mais expressivos da região?

Podemos nos orgulhar que no Oeste do Paraná aplicamos as melhores tecnologias mundiais na produção de suínos, com inúmeros projetos para termos essa produção sustentável a longo prazo. Outra cadeia produtiva que vem ganhando destaque com potencial extraordinário de crescimento é a produção de peixes. Temos todas as condições favoráveis, como água em abundância, clima e produtores dispostos a investir. O Oeste vem se tornando referência na conversão de proteína vegetal em animal. Isto é, agregar valor aos produtos, criando mais empregos e renda na região. Outra cadeia com potencial muito grande de crescimento são as energias renováveis. Temos a capacidade e tecnologia para transformarmos os dejetos das principais cadeias produtivas do Oeste em energia limpa. O produtor rural pode produzir a sua própria energia, de maneira sustentável e autossuficiente.

E as principais dificuldades para a expansão econômica?

O principal gargalo são os altos custos logísticos, principalmente nos modais rodoviário e ferroviário, sem deixar de lado o hidroviário e o aéreo. Se faz necessário um trabalho integrado com todos os municípios para a melhoria das estradas rurais e de acesso às propriedades, sob pena de onerarmos ainda mais os custos de produção. Precisamos construir novas alternativas para baixar os custos logísticos de acesso aos portos, que nos impõem valores elevadíssimos. Também precisamos ampliar o sistema de distribuição de energia elétrica, pois mesmo sendo exportadores de energia não temos linhas suficientes para atender aos novos investimentos no nosso território.

A infraestrutura das ferrovias é adequada?

O modal ferroviário também precisa passar por estudos de modernização e de novos investimentos para não sermos penalizados da forma mais dura pelas leis de mercado, que impõem perda de competitividade e poderão nos isolar na atração de novos investimentos.

Qual será a ação estratégica em sua gestão?

Queremos envolver todos os representantes das instituições públicas e privadas para se somarem na construção de um projeto. Queremos ampliar a relação com as academias, parceria que resultará benefícios para as universidade e para o setor produtivo. A educação é a base de qualquer sociedade desenvolvida. Esta simbiose, sem dúvida, revelará e atrairá muitos talentos. Construiremos novas tecnologias e, principalmente, reteremos todo esse capital intelectual para o desenvolvimento do Oeste do Paraná.

POD

Lançado em agosto de 2014, o POD busca promover o desenvolvimento sustentável da região por meio de um processo participativo. Para isso, reúne mais de 60 instituições públicas e privadas como empresas, cooperativas, entidades de apoio e fomento, sindicatos e associações de classe, universidades e centros de pesquisa e tecnologia dos 54 municípios da região.

 

A força do Oeste do Paraná em números (*):

– 1,3 milhão de habitantes, com 11,74% da área territorial.

– 5 municípios com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

– 65 instituições de ensino superior.

– 34% do total de aves abatidas.

– 5 empresas entre 10 que mais exportaram frango em 2013.

– 26% da produção de grãos.

– Exporta soja para China, Japão, Paraguai, Reino Unido e Arábia Saudita.

– 28% da produção de leite.

– 70% da produção de suínos.

(*) Os dados de referência são do estado do Paraná. Fonte: POD.

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