Edição #16

Empréstimo de nome: como não cair nesta cilada

Todos os riscos que você deve conhecer antes de emprestar seu nome a terceiros

Embora o ato de emprestar o nome a terceiros, normalmente pessoas próximas, amigos e parentes, possa parecer uma ação solidária – ou seja, as pessoas o fazem na intenção de ajudar –, ele é, no fundo, bastante perigoso.

Lembre-se de que, além de ser responsabilizado por uma dívida que não é sua, quem empresta o nome pode ainda enfrentar problemas como: restrição ou impedimento ao crédito e dificuldade em fazer um pagamento a prazo ou usando cheques, em alugar imóveis, obter empréstimos e até abrir uma conta bancária.

Segundo pesquisa do SPC Brasil, 11,2% dos consumidores ficaram com o nome sujo por terem emprestado o nome a terceiros. Entre esses, 34,2% não tinham sequer conhecimento do valor que seria utilizado na compra.

4 motivos para não emprestar seu nome a terceiros


1) Seu nome é seu bem mais precioso
Emprestar o nome é ainda pior do que emprestar dinheiro, afinal será à sua porta que baterão cobrando o dinheiro devido! E, caso a pessoa não pague a dívida e você também não possua recursos para bancar o valor, será o seu nome que ficará negativado e você se tornará um inadimplente.

Tenha em mente que emprestar o nome para amigos ou conhecidos pode até parecer uma atitude solidária, mas, caso fique com o nome sujo, essa “boa ação” pode estragar planos importantes de curto e médio prazo, como comprar uma casa e um carro ou investir na educação e mesmo na saúde pela restrição ou impedimento ao crédito.

A saída? Dirigir-se até o estabelecimento no qual a compra foi realizada e renegociar a dívida feita pelo outro para limpar o seu nome e regularizar a situação o quanto antes.

2) Você terá de arcar com a dívida
Em pesquisa realizada com consumidores inadimplentes em razão de empréstimo do nome, o SPC Brasil constatou que 53% deles estavam nessa situação havia mais de três anos! Ou seja, por mais que quem pediu seu nome emprestado jure que vai pagar o valor devido, pode ser que isso jamais aconteça.

Ainda não se convenceu? Pois a pesquisa mostra que, entre os que foram negativados devido ao empréstimo do nome, só em 5,3% dos casos a dívida foi quitada por quem realmente fez a compra. No caso dos que emprestaram o nome e resolveram arcar com a dívida, apenas 11,5% receberam de volta o valor integral e 12,1% receberam somente um valor parcial. A grande maioria, 76,4%, não recebeu absolutamente nada.

3) Você pode abalar um relacionamento de anos
Em pelo menos 69,2% dos casos, o relacionamento entre o devedor e quem emprestou o nome ficou abalado. Por isso, ao tentar ajudar uma pessoa próxima, é preciso pensar bastante antes. Os resultados da pesquisa indicam que, frequentemente, quem emprestou o nome acabou responsabilizando-se por uma dívida que não fez, com graves desdobramentos que vão da restrição ao consumo e inadimplência até mesmo a perda da amizade de quem pediu ajuda. Ou seja, se os riscos financeiros já não são o bastante, há também os emocionais e de relacionamento, resultantes do empréstimo de nome.

4) Você tem todo o direito de se recusar a emprestar seu nome!
Considere que até a mais honesta das pessoas pode enfrentar uma dificuldade financeira não prevista, como a perda do emprego ou doença. As decisões financeiras precisam ser tomadas de forma racional, e quando as emoções interferem o julgamento do consumidor fica comprometido. Por isso, o recomendável é pensar bastante, de preferência sem a presença da pessoa que fez o pedido, antes de tomar qualquer atitude. Assim, coloque-se à disposição para ajudar na busca de outras formas de conseguir dinheiro, mas, educadamente, explique que não se sentirá confortável emprestando seu nome.

Vai emprestar?

Se você está decidido a emprestar seu nome – algo desaconselhável e perigoso –, pelo menos verifique o quanto a pessoa que utilizará o seu cartão pretende gastar. Por aí você já conseguirá ter ideia se poderá ou não arcar com as possíveis consequências, caso a dívida não seja paga. Lembrando que o aconselhável, mesmo, é não emprestar! Se a pessoa está numa situação muito difícil, pense que há outras formas de ajudar. Por exemplo, você pode fazer a compra para essa pessoa, em vez de simplesmente dar o seu cartão ou o seu nome.

 

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