Edição #18

Flexibilidade no trabalho para os hiperconectados

Josias Cordeiro da Silva

Os jovens que estão chegando ao mercado de trabalho nesse momento, integrantes da chamada Geração Y, eram vistos até pouco tempo como dispersos, narcisistas, mal-educados, sem foco, perdidos, impacientes, preguiçosos, irresponsáveis e infiéis. A longa lista de degenerativos aplicada a quem nasceu nas décadas de 1990 e 2000 e tem hoje entre 17 e 34 anos é injusta e está superada.

Essa turma já compõe 47% da população no mercado e conquista espaço com um conjunto de habilidades que os mais velhos não dominam. Entre elas, consomem informação imediata e são multitarefas, reconhecem a liderança compartilhada, estão ligados às novas tecnologias, têm educação mais sofisticada, falam idiomas e muitos são autodidatas, têm autoestima elevada e formam a geração fitness.

E logo atrás deles já vem chegando a Geração Z, com um conjunto de características que revira ainda mais o velho conceito do trabalhador que sonha com o relógio de ouro e a aposentadoria no fim do arco-íris.

Globalizados, os jovens nascidos nos últimos 16 anos têm acesso às mesmas roupas e produtos que um jovem consome em Hong Kong; são mais inclusivos e menos preconceituosos porque cresceram expostos à diversidade; são hiperconectados, passando de oito a 18 horas na internet, e sofrem do medo de perder as novidades e os memes do momento; são empreendedores, querem fazer algo que tenha um sentido, uma missão, por isso criam mais do que as gerações antecessoras. Eles leem pouco, acham que biblioteca é coisa do passado. São do tempo da imagem.

Compreender a cabeça e o coração dessas gerações já não é uma concessão que os mais velhos devem fazer. Estamos obrigados a isso. Nossas equipes de trabalho serão tanto mais produtivas e eficientes quanto mais entenderem suas angústias e desejos.

A reforma trabalhista que entra em vigor em 11 de novembro acende algumas luzes neste túnel. Ainda temos muito o que aprender sobre a nova legislação, as mudanças em nossas rotinas administrativas e o relacionamento sindical com as categorias profissionais.

Foi o que mostraram em Foz do Iguaçu, neste mês, os três especialistas convidados pelo WTC Business Club, durante o evento com empresários que realizamos no Recanto Cataratas Resort. O desembargador Sergio Murilo Lemos, do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, o advogado trabalhista Célio Pereira Oliveira Neto e a gestora de RH Carina Daniel apontaram alguns regramentos que vêm sob medida.

É o caso da flexibilidade de horários e do local de trabalho, com a regulamentação do home office. Outra chave de ouro é a possibilidade de atuação simultânea do colaborador em várias empresas, o que permite àquele jovem “impaciente e infiel” trabalhar em mais de uma frente, obtendo mais dinheiro em uma e mais satisfação em outra.

Já não há espaço para o engessamento das relações de trabalho. Nossos colaboradores precisam acumular satisfação e experiências interessantes e vão continuar em seus postos enquanto estiverem aprendendo ou vendo valor na atividade. Os negócios só têm a ganhar nesse mundo flexível e colaborativo!

*Josias Cordeiro da Silva é presidente do WTC Sul Business Club e CEO do JCS Group

Sobre o WTC Sul Business Club
O WTC Business Club é a maior associação de executivos e empresários do mundo, e também a mais completa plataforma de negócios, com 330 unidades em cem países. Sua missão é a de fomentar o ambiente de negócios, local e internacionalmente, e gerar oportunidades aos seus associados. Isso é feito de várias formas, principalmente por meio de eventos de networking e de conteúdo relevante e inovador. A agenda do segundo semestre nas cidades do Sul tem 25 eventos planejados para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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