Foz defende cota de compras em Brasília
Foz do Iguaçu deu importantes passos em defesa da cota de compras. Lideranças empresariais e representantes políticos participaram de reuniões estratégicas com membros do primeiro escalão dos governos do Brasil e do Paraguai. Os encontros em Brasília e Assunção podem reverter a decisão do governo brasileiro de reduzir a cota de US$ 300 para US$ 150.
O aceno favorável à região trinacional partiu do próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do secretário da Fazenda, Jorge Rachid. Em audiência articulada pela senadora Gleisi Hoffmann, os dois assumiram o compromisso de analisar os argumentos em favor da fronteira. Já o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio, garantiu a defesa dos interesses fronteiriços junto à presidente Dilma Rousseff.
A missão, aliás, argumentou que o objetivo da comunidade é, na verdade, aumentar a cota para US$ 500. A medida produziria alto impacto positivo na região, conforme evidenciado em estudo encomendado pelo Fundo Iguaçu. Entre as principais justificativas da proposta está o fato de que o valor de US$ 300 para a cota terrestre de bagagem acompanhada, adotada em 2005, está desatualizado e não condiz mais com a realidade brasileira.
A partir da experiência de 2005, verificou-se que a elevação do montante não diminui a arrecadação de impostos de importação. E se há um consumo maior além da fronteira, verifica-se que há uma maior arrecadação decorrente dos valores que ultrapassam a cota. O que se deseja hoje é atrair um cidadão com responsabilidade fiscal, diferente dos “sacoleiros” de outrora. Para desenvolver o turismo de compras, o valor de apenas US$ 300 mostra-se insuficiente e pouco atraente.
Participaram da missão iguaçuense na capital federal os empresários Danilo Vendrusculo e Roni Temp (pelo Codefoz); o prefeito Reni Pereira; a vereadora Anice Gazzaoui; o presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla; o presidente do Comtur, Licério Santos; o diretor de Comércio Exterior da ACIFI, Mário Camargo; além do prefeito de Guaíra, Fabian Vendruscolo.
Presidente do Codefoz em 2013 e 2014, Danilo Vendruscolo sustenta que atualmente milhares de brasileiros viajam todo ano para Miami motivados pelo turismo de compras. A viagem ao exterior, entretanto, não gera qualquer benefício econômico ao Brasil. “Aumentar a cota pode atrair um percentual deste público para Foz do Iguaçu com o objetivo de realizar compras no Paraguai e na Argentina”, argumenta o empresário.
Paraguai – As autoridades fronteiriças também provocaram uma agenda oficial com o presidente do Paraguai, Horacio Cartes. Além de Danilo Vendruscolo e Reni Pereira, participaram da audiência a vice-prefeita de Foz do Iguaçu, Ivone Barofaldi da Silva; o governador de Alto Paraná, Justo Zacarías Irún; a prefeita de Ciudad del Este, Sandra Zacarias; bem como vários empresários, como Juan Ramirez, Alexandre Manah e Natalia Chan.
Para Vendruscolo, a missão foi positiva porque somou forças na defesa da cota de US$ 500 e sensibilizou Assunção para acelerar as conversas com Brasília em prol da região. Ele entregou a Cartes uma cópia do estudo sobre o tema encomendado pelo Codefoz e custeado pelo Fundo Iguaçu.