Edição #8

Inovação: um ato empreendedor

José Borges Bomfim Filho é economista sênior e diretor de Desenvolvimento do Turismo, da Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu

José Borges Bomfim Filho é economista sênior e diretor de Desenvolvimento do Turismo, da Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu

Por José Borges Bomfim Filho

Um dos economistas mais importantes da primeira metade do século 20, Joseph Alois Schumpeter (1883-1950), afirmava que a inovação é um “ato empreendedor” e que é o motor de toda a atividade empreendedora. Não nos surpreende que essa afirmação seja tão atual, pois o produto da inovação é aquilo que o empreendedor busca: o valor.

O empreendedor encontra na inovação uma grande aliada, uma vez que inovar surge da necessidade de criar novos caminhos e estratégias, diferentes daqueles habituais, para atingir determinados objetivos.

Inovar é, sobretudo, inventar, sejam ideias, processos, ferramentas ou serviços. A inovação é um ato de empreender quando exige dos atores características próprias de empreendedores, tais como: imaginação, determinação, organização, liderança e conhecimento.

Sendo assim, podemos afirmar que ser inovador é ser empreendedor. Tanto no inovar quanto no empreender, o indivíduo parte de uma ideia ou de um sonho para a ação e a concretização dele. Porém inovar para um empreendedor assume um grau de importância mais elevado, uma vez que este não se restringe a criar novos produtos, serviços ou tecnologias, indo além quando cria novos conceitos e modos de organizar uma empresa.

Ressalta-se que tanto o empreendedor quanto o inovador, que não raro são a mesma pessoa, buscam atingir um mesmo objetivo: agregar valor. Por isso é que Schumpeter reconhecia que a inovação também é o motor do desenvolvimento. Ela tem a capacidade de otimizar o uso dos recursos, promover a produtividade e satisfazer as necessidades humanas.

O inovador, assim como o empreendedor, busca solucionar problemas práticos do cotidiano das pessoas e promover os mais elevados níveis de qualidade de vida para a sociedade; logo, um se confunde com o outro. O inovador propriamente dito é um empreendedor que tem como propósito gerar valor para a humanidade.

Entretanto o empreendedor vai mais longe e atua nas três fases do valor: geração, realização e apropriação. Ele atua tanto na criação de produtos ou serviços quanto na criação dos novos negócios e, ainda, na distribuição do produto da inovação para a sociedade.

Enfim, toda a história da humanidade foi marcada por inovações, como aquelas que ocorreram com a tecnologia da informação. Mas é por meio do empreendedorismo que tais inovações são colocadas ao alcance de todos. Permitir o acesso de todos aos valores criados pela inovação é, sem dúvida, uma grande inovação – e isso só faz quem tem espírito empreendedor.

É neste sentido que o empreendedor faz a diferença, pois coloca as inovações a serviço de todos, ao mesmo tempo em que é um grande inovador.

José Borges Bomfim Filho é economista sênior e diretor de Desenvolvimento do Turismo da Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu

COMPARTILHAR: