Comtur tem grandes desafios para 2016
Atividade econômica fundamental em Foz do Iguaçu, o turismo tem uma realidade pra lá de dinâmica. Num dia, milhares de visitantes invadem os atrativos; no outro, a fronteira amanhece fechada. Entre uma “novidade” e outra está o Comtur (Conselho Municipal de Turismo), órgão responsável por debater, regular e apontar os caminhos para o desenvolvimento do setor na cidade.
Formado por 34 órgãos públicos e da iniciativa privada, o colegiado já começa a programar os desafios para 2016, enquanto conclui o balanço das realizações deste ano. “O Comtur é o guarda-chuva nas discussões sobre legislação, orçamento, projetos, promoção do destino e relacionamentos na região trinacional. O seu papel é muito forte na organização do turismo”, afirma o presidente do conselho, Licério Santos.
Um dos desafios é atualizar a regulação de eventos no município. As regras em vigor são consideradas pelo setor como coibitivas, impeditivas e burocráticas. O objetivo é propor um decreto municipal de incentivo à promoção de congressos, feiras, seminários, etc., que trazem receita, renda e movimento.
Segundo o presidente do Comtur, “é preciso desburocratizar questões da Fazenda, ambientais e a Vigilância Sanitária. Obter alvará é um tormento, além disso existe tributação do mesmo imposto cobrado de hotéis e organizadores de eventos”. Ele conta que a minuta elaborada pelo trade turístico já está com o prefeito Reni Pereira, que deve assiná-la “em breve”.
Linha executiva – Um desafio perto de ser concretizado é a criação da linha executiva do Aeroporto Internacional Cataratas ao centro de Foz, oferecendo mais uma alternativa de transporte aos visitantes. O circuito já está predefinido, contemplando acesso a várias regiões do município. A tarifa prevista será de R$ 12. O serviço deve iniciar no primeiro trimestre – seguindo o padrão do existente em outros grandes aeroportos do Brasil.
Cota de compras – Uma bandeira de toda a comunidade na qual o Comtur deve concentrar seu foco é a manutenção da cota de compras em US$ 300; quiçá aumentá-la para US$ 500. Em julho de 2014, a região foi surpreendida com a notícia da redução da cota para US$ 150, instituída pela Portaria 307 do Ministério da Fazenda. Entretanto a mobilização constante da sociedade conseguiu adiar o efeito da normativa até o mês de julho de 2016.
Convenções – Em 2016, o Comtur também dedicará atenção para efetivar um novo modelo gestão do Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, com terceirização do equipamento para a iniciativa privada. O edital lançado neste ano chegou a interessar a quatro grupos empresariais, mas na hora certa não oficializaram suas propostas. Uma nova concorrência deve ser lançada nos próximos meses.
Temático – Um desafio do setor é a captação de um grande parque temático para o destino. Um novo complexo seria mais um chamariz para os visitantes, que já lotam as Cataratas do Iguaçu, o Complexo Turístico Itaipu, o Parque das Aves, o DreamLand, o Paraguai e a Argentina. Estaria, assim, garantido mais um dia de permanência do turista na cidade. “Seríamos alçados para ícone do turismo mundial, com qualidade e diversidade de atrativos e empreendimentos.”
Ações de 2015 têm balanço positivo
Licério Santos faz um balanço positivo sobre 2014. Em sua opinião, o grande gol do ano foi a licitação vitoriosa do Marco das Três Fronteiras. Abandonado havia décadas, o atrativo turístico hoje está sendo revitalizado pela Cataratas S/A, vencedora da concorrência. “Todos os órgãos presentes no Comtur, com destaque para prefeitura, se esforçaram para fazer a licitação”, comemora.
Outra conquista envolve diplomacia com Puerto Iguazú. Ônibus, vans, taxistas e carros executivos (brasileiros, argentinos e paraguaios) sempre usaram o corredor turístico para atravessar mais rápido a fronteira. Mas a aduana argentina resolveu cobrar uma taxa anual para o uso da guarita especial. “Fomos procurados pelos motoristas e conseguimos mediar uma solução junto às autoridades do país vizinho.”
Santos destaca ainda a aproximação do turismo aos demais segmentos da economia iguaçuense, com aproximação e articulação constante junto à ACIFI e Codefoz, entre outras instituições, como foi no caso da lei de incentivos. “A própria ACIFI cedeu sua cadeira no Conselho Estadual de Turismo para ser ocupada por um representante do Comtur. A integração existe e só tende a aumentar”, conclui.