Edição #7

Lideranças analisam cenário econômico

A Revista ACIFI consultou empresários, políticos e representantes de entidades locais sobre o atual momento econômico de Foz do Iguaçu. A proposta é indicar caminhos para o desenvolvimento a partir das singularidades da cidade.


Aproveitar o diferencial

João Batista

João Batista

Foz registra grandes investimentos do poder público e da iniciativa privada. O mais importante disso tudo é que são investimentos em projetos estruturantes, que, além de irrigar nossa economia, preparam a cidade para dar mais um passo ao desenvolvimento socioeconômico, gerando cada vez mais emprego e renda. Esses investimentos amenizam os impactos negativos, como os reflexos provocados pela alta do dólar.

Existe, sim, um esfriamento do mercado, porém vejo que a grande causa desse desaquecimento dos negócios deve-se à falta de confiança nas instituições, principalmente devido às notícias negativas vindas de todas as esferas públicas. A consequência disso é uma expectativa negativa provocando a desaceleração da nossa economia.

Mas vivemos numa região extraordinária em todos os sentidos. Temos em nossa região uma safra agrícola extraordinária e com preços bons. Temos um cenário crescente no turismo, com novos atrativos que deixam o turista mais tempo em nossa cidade. A formação do polo educacional já é uma realidade. É importante a gente aproveitar esses diferenciais e ficar atento a essas oportunidades, buscando maior destaque nos períodos de desaceleração da economia nacional.
João Batista de Oliveira, presidente da ACIFI

  

Base para o crescimento

Reni Pereira

Reni Pereira

Superamos a resistência de pensar apenas no imediato. A comunidade compreende que o poder público deve fazer a sua parte, com obras públicas de infraestrutura descentralizada e mobilidade urbana, abrindo o município para quem deseja investir. Estamos abrindo avenidas arteriais para os bairros e duplicando as existentes visando ao desenvolvimento acentuado de todas as regiões.

Cada ligação urbana melhora a vida das pessoas sob vários aspectos. O bairro rejuvenesce sua economia, passa a receber loteamentos, condomínios, entre outros equipamentos. Paralelamente a isso, passamos a exigir, em lei, compensações ao município para novos empreendimentos imobiliários em áreas distantes do asfalto existente. Tivemos como retorno a valorização imobiliária, num contraste com desvalorização dos imóveis no Paraná.

Outro avanço decorre das concessões do Marco das Três Fronteiras e do Centro de Convenções, que vão gerar centenas de novos empregos. Esse é o caminho para inovações na atração de recursos. Esses resultados demonstram o potencial da cidade. Quando o Brasil voltar a crescer, estaremos passos adiante porque criamos mecanismos próprios para o desenvolvimento.
Reni Pereira, prefeito de Foz do Iguaçu

 

 

Vigor da nossa economia

Jorge Samek

Jorge Samek

Foz do Iguaçu vive um dos melhores momentos da sua história. O Brasil vive um momento de conjuntura difícil, porém temos todas as condições da nossa região e nossa cidade não serem afetados.  Por quê? Porque nossa base está assentada na agricultura e no turismo. Os preços estão bons na agricultura.

No turismo é a mesma coisa. O montante de investimentos é imenso. Temos novos hotéis e hotéis ampliados e reformados. A quantidade de voos é enorme. Nem terminamos de reformar o aeroporto, já estamos pensando em fazer um novo. Duplicação de rodovias; shopping em construção; grandes eventos acontecendo.

São demonstrações do vigor da nossa economia. Isso só está acontecendo em Foz do Iguaçu. Temos ao nosso favor o crescimento do Paraguai e de Posadas (Argentina). Temos muita coisa pra fazer, mas a nossa trajetória dos últimos anos é muito positiva. Tudo isso faz a roda movimentar. Não existe crise para quem trabalha e não desanima.
Jorge Samek, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional

 

Hora de cuidar da infraestrutura

Gilmar Piolla

Gilmar Piolla

Melhorar a infraestrutura urbana é fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável do turismo. Por isso, o Fundo Iguaçu tem como prioridade investir em projetos que vão transformar a infraestrutura de Foz do Iguaçu e região.

Começamos com o projeto de revisão do Plano Diretor do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. E seguimos com os projetos de engenharia e os estudos de impacto ambiental da nova pista de pouso e decolagem.

É gratificante ver que alguns projetos já começaram a se viabilizar, como a revitalização da Ponte da Amizade e a concessão do Marco das Três Fronteiras e do Espaço das Américas.

Já concluímos, com apoio da Itaipu e do ICVB, os projetos de engenharia para a duplicação da BR-469, a Rodovia das Cataratas, que serão doados ao DNIT. Da mesma forma, finalizamos os projetos de revitalização da Avenida das Cataratas, que serão entregues ao Ministério das Cidades.

E já estamos trabalhando no projeto do viaduto da Avenida Costa e Silva com a BR-277. Próximo passo é assessorar prefeitura e Codefoz na revisão do Plano Diretor da cidade, incorporando o masterplan geral do Beira Foz. E estamos trabalhando com o Ministério do Turismo na redação da lei que vai criar as Zonas Especiais de Interesse Turístico, com Foz do Iguaçu no primeiro plano.
Gilmar Piolla, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu e superintendente de Comunicação Social da Itaipu Binacional

 

 

Pensar em médio e longo prazo

Roni Temp

Roni Temp

Vivemos uma mudança de mentalidade. A gente não pode pensar em curto prazo e apenas no momento. A crise nacional é momentânea. A gente já passou por várias crises. De cada momento como este, criamos bases para um crescimento mais consistente. O Codefoz trabalha em longo prazo, de forma organizada e planejada para construir um futuro melhor. Trabalhando unidos vamos superar os obstáculos.

Foz é uma cidade diferente. A macroeconomia daqui é diferente, por exemplo, da de Cascavel. A mudança do dólar influencia mais do que as variações da economia nacional. Dois indicadores positivos do momento são a reforma da Ponte da Amizade e a revitalização do centro de Ciudad del Este, que estão melhorando a imagem da fronteira. Outro sinal é a expansão da hotelaria, com a vinda de redes nacionais e internacionais.

Ressalto ainda outras bandeiras levantadas pela comunidade e o Codefoz que já começam a dar resultados, como a concessão do Marco das Três Fronteiras e do Centro de Convenções. Quem assiste à TV hoje fica apavorado, mas não podemos deixar nos abater pelas notícias negativas. Temos possibilidades existentes só aqui.
Roni Temp, presidente do Codefoz

 


Turismo, o melhor caminho

Licério Santos

Licério Santos

Em nossa economia ocorre algo interessante. Quando temos altas variações cambiais, o que desestimula alguns setores, inclusive o turismo de compras, temos a contrapartida do incremento do turismo internacional, pois fica viável para o turista estrangeiro vir para o Brasil. O mesmo ocorre no comércio. Quando o dólar está baixo, os iguaçuenses cruzam as fronteiras. Quanto o dólar sobe, esse fluxo inverte-se. 

Sabemos que o momento da nossa economia não favorece a geração de novos postos de trabalho, mas temos de buscar alternativas inteligentes e inovadoras para não impactar a nossa economia. Historicamente temos tido o turismo como o melhor caminho para dar suporte à economia de nossa cidade em tempos de crise. Por isso cremos que os investimentos no setor de turismo são fundamentais para esse equilíbrio. 

Destaco também que tivemos grandes investimentos, principalmente pela iniciativa privada. Já na área pública estamos tendo avanços. A Gestão Integrada do Turismo e o Codefoz viabilizam bons projetos estruturantes. Em cinco anos teremos uma nova Foz, com a reforma da Ponte da Amizade, viaduto da Costa e Silva e reforma da Avenida das Cataratas, além de outras obras cujos projetos estão em fase final, como a segunda pista do aeroporto.
Licério Santos, presidente do Comtur

 



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Como água, abrindo caminhos
Cidade singular pelas belezas da natureza e pelo trabalho do homem, Foz do Iguaçu sempre enfrentou os desafios impostos pelo mundo. Vivemos altos e baixos nestes mais de cem anos de história, sempre construindo o próprio caminho para o desenvolvimento e seguindo o fluxo, tal como o leito dos rios Iguaçu e Paraná.

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